Pouco mais de três meses depois da maior apreensão de maconha feita em Gravataí este ano, a polícia mantém aberta a pergunta que deve definir o destino do vereador Mário Peres (PSDB): é possível que ele não soubesse da presença de 720 quilos da droga em um depósito no mesmo terreno onde vive?
O delegado Rafael Sobreiro, que comanda a investigação pela 2ª DP de Gravataí, evita adiantar qualquer posicionamento antes de concluir o inquérito, que está em fase final. Limita-se apenas a reafirmar que Peres é investigado e corre, sim, o risco de ser indiciado por tráfico de drogas, receptação de pelo menos dois caminhões roubados e clonados e um carro roubado, crimes ambientais pela existência de rinha de galo no mesmo local e por existir um poço artesiano irregular e, ainda, há suspeita de furto de energia elétrica (gato na luz) na casa do vereador e no depósito, que fica no mesmo terreno. A polícia aguarda apenas a entrega, pela RGE, de documentos que comprovem o furto de luz.
— A possibilidade do “gato” corrobora a constatação que tivemos de que aquele local concentrava uma série de crimes e irregularidades. O vereador é quem administra o local. Ele alega ter alugado uma parte do espaço, mas admite que é o administrador. Alguma responsabilidade ele tem — aponta o delegado.
Conforme o policial, ao afirmar que havia alugado o depósito da maconha, o vereador apresentou uma documentação, que ainda depende de perícia para avaliar a veracidade e quando a papelada foi assinada — se, de fato, antes do flagrante de drogas naquele local. O homem apontado por ele como locatário também foi ouvido pela polícia, e apontou um terceiro sublocatário que, por sua vez, apontou mais um. Ninguém admitiu ser o dono ou ter conhecimento dos 720 quilos de maconha.
por Eduardo Torres site www.seguinte.inf.br