Quem conviveu com Letícia Baú não hesita em afirmar o temperamento tranquilo e terno da jovem. “Ela era cheia de vida, sempre querendo bem das outras pessoas”, sintetiza a mãe Clerice.
A Professora do Colégio Bento Gonçalves, onde Letícia cursou o ensino médio, Marta Camera Taffarel, emociona-se ao falar da ex-aluna: “A imagem da Letícia que permanece em mim é de uma menina, doce, meiga, muito apegada ao seu círculo de amizade aqui na Escola”. Ela é descrita ainda como tendo sido uma aluna estudiosa, atenta e receptiva a qualquer atividade proposta em sala de aula. “Foi um privilégio ter dado aulas pra esta menina e o seu olhar meigo e doce vai ficar marcado para sempre em mim”, comenta a Professora Marta. “O marco do nascimento destas vidas, de jovens adolescentes, foi substituído pela dor de nunca mais ouvir sua voz, ouvir o telefone tocar, dizendo : Pai, mãe cheguei bem. Foi trocado pelo mudo silêncio do ” nunca mais”. Que Deus tenha misericórdia destas famílias”, conclui a Professora.
A professora da Escola Bento Gonçalves, Sineide Rafalski, também comenta com muito carinho da ex-aluna do educandário. A professora fala da angústia dos primeiros momentos após a tragédia e de como Letícia era querida por todos: “Ela estudou no Bento Gonçalves nos anos de 2009 a 2011. Recordo da manhã do dia 27 de janeiro de 2013 quando acordei e a notícia da tragédia da Boate Kiss estava se espalhando. Começou logo cedo uma corrente a procura da Letícia. Neste momento vem lembranças da menina meiga que estudou em nossa escola e dos momentos de convivência e atitudes que marcaram sua passagem. Sempre alegre, tinha um sorriso permanente. De fácil convivência fazia muitas amizades, amizades essas que sei que sentem a sua falta até hoje. Participava das atividades da escola, muito prestativa e atuante. Como aluna sempre foi muito dedicada e responsável, respeitava os colegas e professores, deixando sua marca nas pessoas que tiveram o privilégio de conviver com ela”, conta Sineide.
Este texto não tem a intenção de magoar ou reviver as dores causadas a tanta gente por esta terrível tragédia. Ao abordarmos a questão, o Jornal Sentinela quer alertar a todos que a morte de Letícia e de outras 241 pessoas, não pode passar em vão. É preciso que as autoridades permaneçam em constante atenção para que uma tragédias como esta jamais se repitam.