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Com repasses do Estado e da União defasados, Hospital de Tuparendi vive momento de dificuldades

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hospital de tuparendi (4)

Segundo diretora do Hospital, defasagem nos repasses chega a 2000%

A direção do CAMS publicou um vídeo esta semana expondo a dura realidade vivenciada pelos hospitais filantrópicos em todo o país. Recentemente mais de 1800 hospitais anunciaram a paralisação dos procedimentos cirúrgicos eletivos,  para chamar a atenção sobre a falta de repasses por parte do SUS para os hospitais. Protestos aconteceram em todo o país, com a suspenção dos chamados tratamentos eletivos ( cirurgias, exames e atendimentos não considerados como urgentes), como forma de chamar a atenção da imprensa,  dos poderes Legislativos, Executivo e até do Judiciário para a questão.

Os Hospitais reivindicam um repasse em caráter de urgência na casa de 17,2 bilhões anuais como única alternativa de assunção das obrigações trabalhistas decorrentes do PL que institui o piso salarial da enfermagem com impacto estimado em  R$ 6,3 bilhões, porém sem indicação de alternativa de financiamento, assim  como a adequação ao equilíbrio econômico no relacionamento com o SUS.

O caso do CAMS / Hospital de Tuparendi não é diferente. O Hospital tem trabalhado com um déficit de aproximadamente R$  50 mil todos os meses, consideradas as receitas proveniente da União, Estado e convênios com os municípios de Tuparendi e Porto Mauá. Estado e União juntos repassam em torno de R$ 107 mil mensais a entidade. “Os valores repassados  pela União e pelo Estado não são suficientes sequer para pagar os plantonistas. Aí ainda temos toda a folha de funcionários, insumos, equipamentos, manutenção, etc.”, explica a diretora do Hospital Tânia Liedtke. Segundo ela se considerarmos os custos reais e os valores repassados, há uma defasagem de 2000%. Os valores repassados pelos municípios de Tuparendi e Porto Mauá, tem sido usado, via de regra, para pagamento dos servidores.  “O Hospital presta o serviço conforme o convênio, e o recurso tem sido utilizado na pagamento da folha. Temos utilizado os valores do mês seguinte para colocar a folha do mês anterior em dia”, explica Tânia. Convênios como Unimed e Ipê, também estão defasados.  Mesmo receitas menores provenientes do programa “Idoso Saudável” “Amigos do CAMS”, internações particulares e a rifa que está sendo organizada, são importantes para a manutenção do Hospital  “O caso da rifa por exemplo, nós pretendemos utilizar no pagamento do 13º salário dos funcionários”, explica Tânia.  Segundo ela o Hospital tem trabalhado com uma equipe enxuta, tendo no quadro de funcionários apenas o mínimo exigido por lei para a manutenção do Hospital. As emendas parlamentares tem ajudado, mas estes recursos não podem ser utilizados no pagamento dos servidores e profissionais que atuam no Hospital.

“Os protestos que estão acontecendo em todo o país acontecem em função dessa defasagem que há entre os repasses e os custos hospitalares.  São mais de 15 anos sem aumento, então é preciso mobilizar as lideranças políticas, empresariais, para que haja um movimento por reajustes nos repasses,  que permita aos hospitais filantrópicos como o nosso, continuar abertos e servindo a comunidade”, declara a administradora do CAMS, Tânia Liedtke.

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