Quando passei a primeira vez na “Fernando Ferrari” e vi o “Mário preto” tocando sua velha gaita de boca , canções que eu não conseguia distinguir na maioria delas, mas tinha algo naquele som, tinha algo que imergia da alma do Mário através do som de sua gaitinha de boca, seriam suas histórias, suas páginas vividas ao longo dos anos, e na pureza do toque daquela gaita nos últimos anos de sua vida ele tocou para que quem por ali passasse pudesse ouvir.
Hoje da mesma forma penso não existir a certeza do momento de dar Adeus, as histórias de vida de cada um de nós, afinal todos temos uma longa história, uma vida cheia de páginas vividas de ilusões e desilusões, de amores e paixões eternas que duraram apenas uma semana ou talvez aquela noite nunca vivida, temos lutas , batalhas perdidas , grandes vitórias e certamente tivemos ou teremos derrotas…
Aquele fusca que por meses permaneceu naquela rua ,abandonado, olho os bancos já velhos a sucata toda e penso : quantas pessoas passaram por esse fusca, quantas dezenas de histórias que em algum momento ali iniciaram e findaram.
O momento de fechar os olhos para sempre vai chegar para todos nós, inevitavelmente, e penso que não ter um cronômetro torna tudo mais único, torna necessário viver cada momento como se fosse nosso último momento…
O nosso relógio da vida também faz seu “tic tac” e nunca vamos saber a hora, o momento ou o segundo exato do fim, certo então é fazer valer a pena..