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Rejane F. Carpenedo: O Novo do Ano Novo!

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No dia 31 de dezembro incontáveis corações ansiosos aguardam o ponteiro do relógio marcar meia-noite, como se nesse instante acontecesse alguma espécie de transformação automática na vida das pessoas. O momento costuma ser culturalmente preparado para isso: roupas brancas, decorações, ceia especial e detalhes afins que adornam a tão esperada “virada de ano”.

Nos primeiros instantes do Ano Novo, e às vezes até nos primeiros dias e semanas, parece que realmente houve uma mudança originada na simples troca do calendário anual. No entanto, passa-se mais algum tempo e muitos começam a sentir o peso da decepção ao ver que mais uma vez as velhas coisas parecem estar se repetindo: os mesmos problemas, as mesmas nuances circunstanciais, os mesmos “perrengues” do ano que se passou. E apesar de ser lamentável, é verdade.

Nada será realmente novo e diferente se tudo continuar sendo feito da mesma forma. Não existem grandes mudanças automáticas na nossa vida – sim, há situações que não dependem da nossa vontade, pois simplesmente acontecem, mas a forma que iremos reagir/agir diante destas situações é que irá significar a nossa história.

A essência daquilo que somos e daquilo que de nós ficará escrito por aqui depois do nosso tempo não se resume ao que acontece naturalmente em nossa vida, como a cidade de origem, filiação… Antes e acima de tudo, a nossa história é a história das nossas escolhas; é a história daquilo que fazemos no espaço temporal que nos foi concedido para viver.

Ao ser humano não foi dada a natureza de “coisa”, que consiste em sofrer passivamente a ação de outrem. E sim, a natureza de um ser agente, inteligente, constituído de matéria, alma e espírito, cuja narrativa de vida emerge de suas ações enquanto sujeito no tempo.

Diante disso, é vã a tentativa de justificar a própria inércia diante da vida. Os dias escoam ininterruptamente pela ampulheta dos anos, e marcá-los com uma verdadeira história que no porvir seja digna de ser contada é uma decisão que nos encara todas as manhãs ante o primeiro raio de luz.

 

Rejane Fiepke Carpenedo

02 de janeiro de 2024.

 

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