Depois de um processo infeccioso das vias respiratórias, como resfriado, gripe ou covid-19, pode acontecer de uma tosse permanecer incomodando a pessoa. É a tosse persistente, facilmente tratada na maioria dos casos, mas que exige atenção quando acompanhada de outros sintomas.
Segundo o médico pneumologista Marcelo Gazzana, chefe do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, a tosse persistente é aquela que fica após duas semanas da infecção. Em alguns casos, pode se prolongar por mais tempo, virando até uma tosse crônica, que segue após três meses.
— É uma tosse pós-infecciosa. O processo infeccioso se resolve, mas a tosse persiste — explica o médico. — E isso é muito frequente. O mais comum é a pessoa ter um quadro respiratório agudo e ficar tossindo por semanas. Pessoas com doenças alérgicas, como rinite e asma, têm mais chances de ficar com esse incômodo — completa.
O motivo mais comum da tosse persistente é justamente a infecção viral, como a covid-19, provocada pelo coronavírus, e a gripe, pela influenza, além do vírus do resfriado comum, mas também pode ser causada por bactérias. Na sequência, as causas mais frequentes são a sinusite e a rinite alérgica.
Mas é possível que essa irritação permanente seja o resultado de outros fatores, como a inalação de substâncias – produtos de limpeza e fumaça, por exemplo – e até um refluxo digestivo, já que o ácido pode cair no pulmão, o que provoca a tosse.
Se estiver acompanhada de outros sintomas, a tosse persistente exige atenção redobrada. Catarro com sangue, dor ao respirar, perda de peso, suor excessivo e febre vespertina, que surge no fim do dia, podem ser sinais de tuberculose e, no caso de fumantes e ex-fumantes, câncer no pulmão.
Por isso é importante procurar um médico toda vez que a tosse demorar a passar. A automedicação nunca é aconselhada. Segundo Gazzana, o profissional facilmente encontrará o tratamento adequado, como antialérgicos; em situações específicas, antibióticos. É muito raro não chegar a uma solução, embora exista uma chance.
— Infelizmente, no caso de alguns poucos pacientes, não se descobre a causa. Mas, para a grande maioria, a gente consegue encontrar o motivo e tratar. Às vezes, a tosse não se cura, mas conseguimos diminuir os sintomas — garante o pneumologista.
Fonte: GZH