Natural de Tucunduva e atualmente radicado no município de Montenegro, o empresário Airto Madalozzo vive o drama de ver as águas invadirem a sua casa sem nada poder fazer para impedir.
Airto é filho de Seu Ângelo e Dona Madalena Madalozzo, ambos já falecidos, mas sempre muitos queridos na lembrança de quem teve a oportunidade de conhecê-los. Passou sua infância e juventude em Tucunduva de onde só saiu no final dos anos 70 para estudar engenharia química na UFSM em Santa Maria. Depois de trabalhar em grandes empresas como a Pepsi e a Ambev, Airton decidiu empreender em uma fábrica de cosméticos no Vale do Caí e escolheu Montenegro para fixar residência. Ainda assim vem com muita frequência para sua terra natal para rever familiares e amigos.
Situada às margens do Rio Caí, enchentes não são novidades em Montenegro. Airto conta que já viu várias, mas que nada se compara com o que está acontecendo atualmente. “Já passamos por alguns transtornos, a água em algumas oportunidades até chegou perto, mas nunca imaginamos que um dia chegaria até a nossa casa”. Ele conta que sua casa foi construída aproximadamente 90 centímetros acima do nível da rua e que por vezes, em situações de enchentes, vizinhos colocavam os carros em seu pátio para se proteger. Ele conta que saiu de viagem na última sexta, 26 de abril e que só retornou nesta quinta, 2 de maio. “Chegamos somente quinta a noite de viagem e por estar longe não levantei nada pois tinha possibilidade de levar para o segundo piso. Poderia ter salvo muita coisa. Não tem como chegar em Montenegro. Ficamos em Porto Alegre e não sei quando poderei retornar para poder conferir os estragos. As rodovias estão bloqueadas. Montenegro está ilhado. Situação caótica pois não tem água, energia, combustível e mercados ficando sem estoques”, comenta Airto.
Ele calcula que a água tenha chegado em torno de 1 metro no interior da sua casa, onde estão todos os móveis . “O pior é não poder ter feito alguma coisa por não estar em casa. Poderia ter evitado a perda de muita coisa. Por outro lado estamos vivos e com saúde e vamos nos organizar novamente. Vamos conseguir repor os estragos e nosso drama não é nada se comparado com famílias que perderam entes queridos e suas casas nesta tragédia”, concluiu Airto.