O agronegócio brasileiro vive um marco inédito: no próximo dia 3 de outubro, será inaugurada em São Luiz Gonzaga (RS) a primeira fábrica do país dedicada exclusivamente ao processamento de canola. O empreendimento é do Grupo Camera, em parceria com a Celena, e integra a programação da Expo São Luiz, evento tradicional na região missioneira.
A cerimônia ocorrerá no Parque de Exposições, a partir das 18h, e simboliza um avanço significativo para a cadeia produtiva da oleaginosa. Pela primeira vez, o Brasil terá uma planta industrial pensada unicamente para atender a essa cultura, destacando o pioneirismo das empresas envolvidas e reforçando a vocação agrícola da região.
Com a nova estrutura, o parque industrial do Grupo Camera contará com duas linhas independentes: uma para a soja e outra para a canola. Essa modernização elimina a necessidade de paradas de produção para alternar entre os grãos, aumentando a eficiência. A capacidade instalada impressiona: 750 toneladas diárias de canola e 1.500 toneladas de soja poderão ser processadas simultaneamente.
Para os produtores rurais, o projeto representa mais do que infraestrutura: abre caminho para a consolidação da canola como uma cultura estratégica de inverno, capaz de diversificar a produção no Rio Grande do Sul e ampliar a competitividade do agro gaúcho. Conhecida como a “soja de inverno”, a oleaginosa vem se consolidando como alternativa sustentável e lucrativa, ajudando na rotação de culturas e no fortalecimento do solo.
De acordo com o Grupo Camera, a instalação reafirma São Luiz Gonzaga como polo estratégico para o desenvolvimento regional, além de estimular geração de empregos, agregar valor à produção local e fomentar a indústria de óleos e proteínas vegetais.
A cultura da canola
A canola, originada a partir de pesquisas de melhoramento da colza, ganhou projeção mundial a partir da década de 1960 no Canadá, quando cientistas desenvolveram variedades com baixo teor de ácido erúcico e glucosinolatos. O nome, inclusive, é resultado do acrônimo de “Can” (de Canadá) e “ola” (de “oil, low acid”).
Hoje, seu óleo é amplamente valorizado pelo perfil nutricional, rico em ômega-3 e com baixo teor de gordura saturada. Já o farelo se destaca como ingrediente de qualidade para a nutrição animal.
No Noroeste gaúcho, a oleaginosa encontra condições favoráveis de cultivo e vem crescendo de forma expressiva, consolidando-se como vetor de diversificação econômica e agrícola.
Informações Jornal Noroeste