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COLUNA DO GARBIN: Quando perdemos um amigo querido

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29 - luis conte

Por Alexandro Garbin

Neste artigo vou falar da perda de um grande amigo e vizinho, conhecido de todos os tucunduvenses: o ‘Seu’ Luiz Conte. A Comunidade Tucunduvense perde uma grande pessoa, simples, bondoso, trabalhador que se despediu há poucos dias desta existência, mas deixa seu legado. Perdi também um assíduo leitor das minhas singelas linhas escritas neste Jornal.

Eu entrava na loja do ‘Seu Luiz e ele e Dona Adi (sua querida esposa) sempre comentavam as minhas últimas escritas. Tanto, que um de meus últimos artigos foi com base em nossas longas e calmas conversas, pois um dia desses, ‘Seu’ Luís, havia me provocado a escrever sobre o tempo em que éramos atendidos por pessoas e não por máquinas, conversa que originou meu artigo com o nome: Saudades do tempo que a gente era atendido por pessoas e não por máquinas.

Quantas televisões e aparelhos eletrônicos dessa nossa Tucunduva passaram pelos consertos do ‘Seu’ Conte? Me lembro desde a minha infância, do ‘Seu’ Conte e sua lojinha na Avenida principal. Lembro dos aparelhos de televisão enormes, pesados, com imagem ainda em preto e branco, de tubo grande sendo levados lá para conserto. Com o passar dos anos, os aparelhos foram evoluindo até os modelos atuais e lá ia eu leva-los para o ‘Seu’ Luiz arrumar quando apresentavam problemas. ‘Seu’ Luiz consertava desde ferros elétricos, micro ondas, torradeiras, até aqueles rádios antigos, à válvula, dos tempos do cidadão Garbin. Tudo era levado pro ‘Seu’ Luiz e aguardávamos com esperança, as boas notícias sempre, do tipo: está consertado!

Pessoa muito querida, juntamente com sua esposa Adi, este casal me fazia rir bastante com as suas boas conversas. Quantas vezes eu aparecia em sua loja com uma peça velha em mãos, perguntando se ele não tinha uma igual para vender e o ‘Seu’ Luiz, com aquele semblante carismático, olhava para a peça e sempre me respondia: Igual eu não tenho assim, eu só tenho nova aqui… e eu sempre caia nessa lorota dele (risos)

Dizem que só morre quem é esquecido. Acredito nisso e acredito também que o “Seu” Luís Conte deve ser lembrado também pelo seu capricho e zelo com a sua horta. Quem descia a Rua São Miguel, tinha que dar uma parada para contemplar o tamanho e a belezura de tudo que era hortaliças. A famosa horta do ‘Seu’ Luiz! Todos se perguntavam como ele conseguia manter uma horta tão bem cuidada daquele jeito. Eu mesmo, como vizinho, testemunhei várias vezes, tarde da noite, até me assustando com luzes de lanterna em seu terreno. Era o ‘Seu’ Luís agachado, procurando caramujos, formigas entre outros bichinhos que poderiam estar danificando a sua horta naquela hora da noite. Era visível o amor que ele colocava em tudo o que fazia.

Perdi meu companheiro de prosas, principalmente aos sábados pela manhã. Eu podia ter vários compromissos, mas atrasava tudo, às vezes, pois tinha que ‘bater o ponto’ na loja de ‘Seu’ Conte. Desde o tempo que minha mãe estava entre nós, muitas vezes chegava em casa após o meio dia e ela me perguntando, onde estava, que demorou tanto? No ‘Seu’ Conte, eu respondia.

Me criei, cresci batendo papo com o ‘Seu’ Luiz e tive a oportunidade de aprender muito com a sua discreta, mas profunda experiência de vida. Tem jovens que não imaginam como é bom bater um papo com uma pessoa de mais idade, é sabedoria pura. Qualquer assunto podia vir à pauta, desde o trânsito de veículos que circulavam pela frente, a gente conversava, sobre o clima, sobre o tempo, sobre futebol, sobre causos e histórias antigas, sobre o não asfaltamento da nossa rua, entre vários outros assuntos. Logicamente que sempre com a participação da Dona Adi que deixava as suas costuras de lado para acompanhar a prosa, era uma terapia, um produtivo passatempo. Se eu chegasse e ele não estava na loja, a Dona Adi o chamava.

Tenho certeza que era com todos que frequentavam seu comércio, se cativavam com a sua conversa e simplicidade.

Assim é o ciclo da vida, todos um dia vamos partir, um dia voltamos para a Casa do Pai. Ficam as boas lembranças, fica a saudade!

Gratidão, ‘Seu’ Luís, pela oportunidade de ter sido seu amigo!

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