Antibióticos, antialérgicos, analgésicos, anti-inflamatórios e xaropes para tosse – remédios para covid-19 e doenças de inverno – são medicação mais em falta em drogarias, hospitais e farmácias do SUS do Rio Grande do Sul, mostra levantamento do Conselho Regional de Farmácia gaúcho (CRF-RS). A pesquisa, feita de forma online ao longo de três semanas com farmacêuticos que atuam na iniciativa privada e no setor público, questionou se faltavam remédios nas farmácias onde os profissionais atuam – se sim, quais as medicações.
O desabastecimento é maior em drogas usadas contra covid-19 e doenças respiratórias do inverno, mas profissionais ainda relataram falta de soro fisiológico, utilizado como “veículo” para aplicação de remédios em pacientes hospitalizados.
— Nas drogarias e na saúde pública, faltam antibióticos, anti-inflamatórios, anti-histamínicos (antialérgicos) e analgésicos. A nível hospitalar, farmacêuticos relataram falta de anestésicos e de soro fisiológico. Isso ocorre pela falta de matéria-prima ou da embalagem para o envase da substância — afirma a farmacêutica e presidente do CRF-RS, Letícia Raupp, em matéria publicado hoje no site Gaúcha/ZH.
Em Tucunduva também já há falta de remédios. De acordo com o empresário e farmacêutico Felipe Germano da Rocha, proprietário de uma farmácia da Rede Agafarma, há falta principalmente de antibióticos e remédio para doenças respiratórias. “A situação agora está um pouco melhor. A maior parte dos medicamentos que estavam faltando nós já conseguimos”, explica o empresário. Ele acredita que o pior já passou e que aos poucos a situação irá normalizar.
O Hospital Dr. Osvaldo Teixeira também enfrenta problemas com a falta de medicamentos, principalmente de soro fisiológico. A Administradora do Hospital, Maurise Terra e a farmacêutica da entidade, Janaíne Schmalz, confirmaram as dificuldades para adquirir o soro, um dos medicamentos mais utilizados no Hospital, seja para hidratação ou para indução de outros medicamentos prescritos aos pacientes. Segundo Janaíne, o Hospital chegou a ficar sem alguns tipos de soro, que foram substituídos por outros. Além da dificuldade na compra, alguns medicamentos tiveram seus preços majorados de forma absurda. “Tem medicamentos que nós utilizamos que aumentaram 5 vezes acima do que vinha sendo comercializado”, explica a farmacêutica. Ela informou que farmacêuticos da região formalizaram um protesto junto ao CRF/RS devido a situação. De acordo com a direção do Hospital não há previsão de uma normalização no fornecimento de medicamentos e insumos hospitalares.
O empresário Pablo Knorst, é proprietário de uma farmácia que não pertence a nenhuma grande rede, e também passa por dificuldade em conseguir certos medicamentos. Na Indiana as maiores dificuldades são os medicamentos para doenças respiratórias e algumas linhas de antibióticos. “Nós estamos conseguindo atender os nossos clientes com alternativas, mas é inegável que há uma dificuldade na aquisição de certos produtos”, confirma o empresário.